sábado, 5 de novembro de 2011

Tic tac, tic tac, tic tac...

Nós vivemos tão regrados. Será que estamos fadados a viver baseados em regras? Fumei um cigarro sozinha e pensei até doer a cabeça: o tempo nos engole e nos deixamos ser engolidos. Isso é muito sinistro. Você tem hora para acordar, tem hora para chegar no trabalho, tem hora de almoço, hora para sair. Na escola é igual, hora para tudo. Se atrasar 2 minutos pode perder o ônibus. E não se dá conta.


Só vai perceber no fim do ano, quando chegam as festas, e diz "Nossa, esse ano passou voando". Mas o tempo não voa. Vivemos uma rotina pesarosa, não reparamos nas minúcias. O relógio mais parece uma bomba relógio, tic tac, tic tac, tic tac.


E os horários não são as únicas regras.


Tenho que trabalhar para [sobre]viver.


Tenho que me casar e ter uma família.


Tenho que estudar.


Nós impomos à nós essa maneira de viver. Nem sequer questionamos o porquê de tudo isso. Mas você pode até argumentar comigo: "se eu não trabalhar, vou morrer de fome, tenho casa para sustentar". E é exatamente isso que nos prende dentro do ciclo vicioso, cheio de angústia e de regras. Parece que existem placas enormes de neon, piscando na nossa mente:


Proibido questionar
Proibido fumar
Proibido chegar atrasado
Proibido ter tatuagem
Proibido beijar pessoas do mesmo sexo
Proibido...


Por isso Caetano é um gênio...é proibido proibir.


Quem estipulou esse modo de sobreviver? Por qual motivo temos que ser assim? Não sei quanto a você, mas isso me sufoca. Todos os minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, tudo está minimamente calculado. Sinto como se fosse um número entre tantos outros infinitos. Agora minha cabeça está doendo muito.


Acho que escrevi outro dia num poema que "Dentro de mim faleço lentamente esperando o que não vem."


Esperando, proibindo, calculando os minutos...


Porquê?


A confusão do texto também está em mim.

2 comentários:

  1. Mel, não deixe que a rotina extraía de você a beleza de viver a vida. Não se importe tanto com coisas pequenas; faça suas próprias leis e regras, jogue seu próprio jogo, reinvente a vida. Seja antes de mais nada feliz. Afinal, as regras foram feitas para serem quebradas... rsrsrs...

    Beijos,
    Meg Macedo.

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  2. Meg, o que é felicidade? Um estado de espírito? O que é ser feliz? Algo pelo qual devemos lutar? (Ou não...)
    A felicidade é relativa? Perguntas, perguntas...e as respostas? Onde as encontramos? Refletindo? Mas quando reflito, encontro mais perguntas!!!

    bjs

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