quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poeta das ruas

Outro dia conheci um poeta. Ele se aproximou do nosso grupo querendo apenas conversar. Dizia que morava na rua e dependia da bebida para encarar a dura realidade. Então ele começou a recitar um poema. Bom, aí o cara tocou no meu ponto fraco! Enquanto meu amigo anotava cada palavra eu ouvia atentamente para tentar descobrir quem era o autor. Ele fez questão de falar "eu que escrevi!". Fiquei na dúvida e procurei na internet...mas nada encontrei.

A vida é a gota d'água
No imenso mar de areia
A liberdade em uma emaranhada teia
É o choro do bebê na hora do nascimento
É a chuva que cai
É o ar em movimento

É do poeta a rima
Do ator a personagem
De Eros é o amor
Do fim da rua a passagem
É a canção que me cresce
Da overdose é a viagem

(Tomás de Aquino - poeta das ruas)

Sei que ele não sabe e talvez jamais descubra. Mas isso ficou marcado em mim, e hoje eu sinto uma ponta de inveja. Uma vontade de também ser das ruas e poder descrever de forma tão sucinta o que é a vida.

Um brinde ao Tomás - não o teólogo italiano - mas o Tomás que parou apenas para trocar uma ideia e pedir um cigarro.

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