quarta-feira, 30 de novembro de 2011

09:23





"Let  Down" do Radiohead na música d'A Banda Mais Bonita da Cidade


cantando os acordes e ouvindo o som da guitarra


"Dó com baixo em dó
Sol com baixo em si
Lá com baixo em lá
Lá com baixo em sol
Fá com baixo em fá
Fá com baixo em fá sustenido
Sol com baixo em sol
Sol com lá bemol
Dó maior com dó
Sol maior com si
Lá menor com lá
Lá menor com sol
Fá com baixo em fá
Fá com baixo em fá sustenido
Sol com baixo em sol
Sol com lá bemol"



Trilha sonora do mês: "Canção pra não voltar"


nem eu, nem tu.


Porque voltar dá muitas voltas e acho que já rodei demais [a esmo].

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poeta das ruas

Outro dia conheci um poeta. Ele se aproximou do nosso grupo querendo apenas conversar. Dizia que morava na rua e dependia da bebida para encarar a dura realidade. Então ele começou a recitar um poema. Bom, aí o cara tocou no meu ponto fraco! Enquanto meu amigo anotava cada palavra eu ouvia atentamente para tentar descobrir quem era o autor. Ele fez questão de falar "eu que escrevi!". Fiquei na dúvida e procurei na internet...mas nada encontrei.

A vida é a gota d'água
No imenso mar de areia
A liberdade em uma emaranhada teia
É o choro do bebê na hora do nascimento
É a chuva que cai
É o ar em movimento

É do poeta a rima
Do ator a personagem
De Eros é o amor
Do fim da rua a passagem
É a canção que me cresce
Da overdose é a viagem

(Tomás de Aquino - poeta das ruas)

Sei que ele não sabe e talvez jamais descubra. Mas isso ficou marcado em mim, e hoje eu sinto uma ponta de inveja. Uma vontade de também ser das ruas e poder descrever de forma tão sucinta o que é a vida.

Um brinde ao Tomás - não o teólogo italiano - mas o Tomás que parou apenas para trocar uma ideia e pedir um cigarro.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

da overdose do ser.



Transtornos retornam ao miolo
Tremendo convulsivamente
Entorno a garrafa de Stolichnaya
Na blusa manchada de batom
Do copo suado sobre a mesa
Escorrem gotas de neon
O corpo suado explode
Num ímpeto tesão
Batalhas silenciosas
Mundos que se chocam
Chocados, caem desconfigurados
Mas quando?
Frio pesadelo de arrepiar a espinha
Uma dose de mercúrio
Paralisa o feto inquieto no breu,
Uma dose de chumbo,
Uma dose de manganês
Para esquecer a dor latente
Uma dose de conhaque
Uma dose de uma dose
Consumindo gota a gota
Até atingir o estado gasoso do ser
Quando as moléculas agitam-se freneticamente
Misturam-se com o ar
Desaparecem sem deixar rastros
Somente o copo vazio e suado
Sem dose de nada









domingo, 20 de novembro de 2011

[re]nascimento

Você cansou de ser a escória do submundo
Transbordou lágrimas de sangue oxigenadas
Deixou refletir uma imagem distorcida
Do seu rosto, tateou na escuridão
E encontrou aquilo que não queria
Mordeu o pedaço mais amargo do fruto
Entre pétalas, doçuras e borrões
Deixou a melhor fatia da vida ser engolida
E deglutida por aqueles que não sabem o que querem
Quebre as correntes que te prendem e mova seu corpo maltrapilho
Enfrente seus medos e enfie uma adaga na alma miserável
Derrube os sonhos românticos e abrace a realidade com furor
Você que passa o dia alienado e dorme sonhando
Com mundos e universos que não são nada
Apenas uma doce ilusão que destila seu pior veneno
No seu cérebro moribundo e fétido
Não aceite a luz como verdade
Construa sua própria realidade
Em meio a tantas balelas, mazelas, sequelas
Saia do estupor leviano!
Saia da caverna de mentiras!
Seja parido novamente!
E venha ao mundo com a sensatez
De um ser racional




Em meio a tantos desencontros, reinvento essa parte gasta de mim. Reconstruo cada detalhe e debulho todos os sentimentos retrógrados. Quando fecho os olhos tenho a sensação de estar em meio a um tiroteio. Vou me agachando lentamente e minha razão se despedaça como um copo de cristal chocando-se com o chão. Minhas ideias avulsas são ácidas e corroem a fina camada de sensatez que ainda me resta. Estou pronta para o que vier, se é que virá. Extermino cada expectativa para que consiga voar tão livre quanto os meus versos. Estou à deriva em meio a tantos desencontros. Estou no meio da avenida movimentada. Estou no meio da manada. Sou a pedra no meio do meu caminho e com ela não faço castelos em mim.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Scrivi tu la fine, io sono pronto"


Pra quem quiser conhecer um pouco da música italiana, recomendo essa banda "Negramaro" e o bellissimo poeta e cantor, "Lorenzo Jovanotti".

Cade la pioggia
Cade la pioggia e tutto lava
cancella le mie stesse ossa
cade la pioggia e tutto casca
e scivolo sull'acqua sporca
si ma a te che importa e poi
rinfrescati se vuoi
questa mia stessa pioggia sporca
dimmi a che serve restare lontano in silenzio a guardare la nostra passione che muore in un angolo e non sa di noi....non sa di noi
cade la pioggia e tutto tace
lo vedi sento anch'io la pace
cade la pioggia e questa pace è solo acqua sporca e brace c'è aria fredda intorno a noi abbracciami se vuoi
questa mia stessa pioggia sporca
dimmi a che serve restare lontano in silenzio a guardare la nostra passione che muore in un angolo e dimmi a che serve sperare se piove non senti dolore come questa mia pelle che muore, che cambia colore, che cambia l'odore
tu dimmi poi che senso ha ora piangere, piangere addosso a me che non so difendere questa mia brutta pelle così sporca, tanto sporca come sporca questa pioggia sporca si ma tu non difendermi adesso
tu non difendermi adesso
tu non difendermi piuttosto torna fango si ma torna e dimmi che serve restare lontano in silenzio a guardare la nostra passione non muore, ma cambia colore
tu fammi sperare che piove e senti pure l'odore di questa mia pelle che bianca non vuole colore, non vuole colore
(Feat Jovanotti...)
La mia pelle è carta bianca per il tuo racconto
scrivi tu la fine
io sono pronto
non voglio stare sulla soglia della nostra vita
guardare che è finita
nuvole che passano e scaricano pioggia come sassi
e ad ogni passo noi dimentichiamo i nostri passi
la strada che noi abbiamo fatto insieme
gettando sulla pietra il nostro seme
a ucciderci a ogni notte dopo rabbia
gocce di pioggia calde sulla sabbia
amore, amore mio
questa passione passata come fame ad un leone
dopo che ha divorato la sua preda ha abbandonato le ossa agli avvoltoi
tu non ricordi ma eravamo noi
noi due abbracciati fermi nella pioggia
mentre tutti correvano al riparo
e il nostro amore è polvere da sparo
il tuono è solo un battito di cuore
e il lampo illumina senza rumore
e la mia pelle è carta bianca per il tuo racconto
ma scrivi tu la fine
io sono pronto

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Acordei assim

Parecia inevitável e quanto mais inevitável fosse, saía do controle sem que ao menos soubesse como interromper. Hoje não tenho cigarros nem flores e sinto uma necessidade de tirar o fio da tomada para interromper a passagem da eletricidade. Não consigo. Por isso, inevitavelmente, ela continua sambando e fazendo arruaça na esquina dos meus pensamentos, fazendo pirraça mesmo, entende? Foi uma luta injusta entre mim e aquela que me cobre. Pelo menos não é um monólogo. Enquanto falo sozinha,  me comunico com essa que me transborda, que me completa deixando restos de mim mesma. E ela me entende! Talvez a única que não tenha [pre]conceitos. A única que, de fato, me faz feliz.

E sobre essa tal felicidade, que mais parece um produto na prateleira do mercado? Ser feliz, ao meu ver, é um estado de espírito. Não é algo constante e nem pode ser. Se a felicidade fosse contínua nós não a sentiríamos.  E porque essa busca incessante pela felicidade? Como se fosse algo pleno, ou melhor, como se houvesse a necessidade de ser pleno. Não é!
Além de não ser possível, a tristeza também nos completa. Se não houvesse tristeza, a felicidade seria eterna e jamais sentiríamos a kathársis. Ai, como eu amo essa palavra! A revelação, a purificação da alma através do drama. Trocando em miúdos, passar por momentos de tristeza para em seguida descobrir que aquilo fez todo o sentido. 
Tenho uma necessidade imensa de ser muito para mim. De me revelar para mim. De me esconder dos outros e aparecer só para mim. Então bate aquela coisa individualista. Aquele negócio de completar a si mesmo e o resto é resto. Seria essa a saída?
Será que eu deveria passar mais tempo refletindo sobre minhas atitudes e menos sobre o mundo? Meu mundo interno é mais importante que o externo? Mas o externo determina o que sou. Será que preciso ser mais útil para mim do que para os outros?

Acordei assim, uma dúvida atrás da outra. Agora já consigo organizá-las. Falta muito, mas já é um começo.


É, preciso mais de mim do que imaginava...estou aproveitando.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011


Essa música define muito bem os acontecimentos recentes. Até quando você vai ficar levando porrada?! Eu já levei porradas suficientes para acordar, e você? Esse é o hino da nossa batalha, voglio dire, da minha e de alguns.

Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!

Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada?

Boa noite!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A questão da dialética na Alegoria da Caverna de Platão

Platão parte do pressuposto que existem dois mundos: o sensível (que corresponde às emoções) e o inteligível (que corresponde à razão). Segundo o filósofo, o ser humano já vem ao mundo com o conhecimento adquirido no mundo inteligível - onde vivem as essências das coisas. Portanto, é através da dialética que nós despertamos esse conhecimento para sair da ignorância.

Todo o processo se dá através do diálogo, pois é necessária uma relação entre o sujeito e seu interlocutor, para que ambos possam realizar um trabalho de rememoração do conhecimento. A alma faz a conexão entre o mundo das ideias e o das emoções. Para Platão, a alma é divina, portanto, ela é produto do mundo das ideias e somente através dela o homem poderá atingir a verdade suprema. O corpo apresenta todas as características contrárias à alma, por ser produto do mundo das emoções, que para o filósofo é o mundo no qual vivemos. Platão trabalha com imagens analógicas na alegoria da caverna. O sol, por exemplo, representa a ideia do bem que iluminará a sabedoria. A verdade, por sua vez, é representada pela luz que clareia o objeto a ser conhecido.

E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram?" (Platão)

O filósofo explicita em seus diálogos o papel da dialética, em forma de perguntas e respostas, delimitando, portanto, a diferença entre retórica e dialética: "dialético é aquele que apreende a essência de cada coisa. E aquele que não possui quanto menos for capaz de prestar contas dela a si mesmo ou aos outros, tanto menos terá o entendimento dessa coisa"¹. "Dialética está em consonância estreita a se integrar à ideia do Bem, enquanto a retórica, ao contrário, não tem compromisso com a ideia de justiça, de bem ou outros valores que são necessários para a formação do bom cidadão, e, quem pratica de forma abusiva ainda não se elevou ao verdadeiro conhecimento."²

Podemos afirmar que Platão foi o inventor da razão ocidental. Ele nos leva a concluir através deste mito, que a verdade não é invisível, ela é apenas visível para o espírito, ou seja, o mundo inteligível - das ideias. Ela se manifestará através da dialética, que ajudará a despertar esse conhecimento intrínseco acerca do mundo. A conquista da verdade e da razão dependerá do olhar crítico e rigoroso, buscando atingir o Supremo Bem e a essência das coisas.


¹PLATÃO, República, 534b.
² JAEGER, Paidéia. A formação do homem grego. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p.631.

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Quem quiser se aprofundar no mito da caverna, vale a pena, pois é uma excelente leitura. Parece que acende uma lâmpada na sua mente. Tem um filme maravilhoso que é uma analogia ao mito de Platão, chama-se "O Show de Truman", com Jim Carrey.


De repente bateu uma saudade da vida universitária...

sábado, 5 de novembro de 2011

Tic tac, tic tac, tic tac...

Nós vivemos tão regrados. Será que estamos fadados a viver baseados em regras? Fumei um cigarro sozinha e pensei até doer a cabeça: o tempo nos engole e nos deixamos ser engolidos. Isso é muito sinistro. Você tem hora para acordar, tem hora para chegar no trabalho, tem hora de almoço, hora para sair. Na escola é igual, hora para tudo. Se atrasar 2 minutos pode perder o ônibus. E não se dá conta.


Só vai perceber no fim do ano, quando chegam as festas, e diz "Nossa, esse ano passou voando". Mas o tempo não voa. Vivemos uma rotina pesarosa, não reparamos nas minúcias. O relógio mais parece uma bomba relógio, tic tac, tic tac, tic tac.


E os horários não são as únicas regras.


Tenho que trabalhar para [sobre]viver.


Tenho que me casar e ter uma família.


Tenho que estudar.


Nós impomos à nós essa maneira de viver. Nem sequer questionamos o porquê de tudo isso. Mas você pode até argumentar comigo: "se eu não trabalhar, vou morrer de fome, tenho casa para sustentar". E é exatamente isso que nos prende dentro do ciclo vicioso, cheio de angústia e de regras. Parece que existem placas enormes de neon, piscando na nossa mente:


Proibido questionar
Proibido fumar
Proibido chegar atrasado
Proibido ter tatuagem
Proibido beijar pessoas do mesmo sexo
Proibido...


Por isso Caetano é um gênio...é proibido proibir.


Quem estipulou esse modo de sobreviver? Por qual motivo temos que ser assim? Não sei quanto a você, mas isso me sufoca. Todos os minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, tudo está minimamente calculado. Sinto como se fosse um número entre tantos outros infinitos. Agora minha cabeça está doendo muito.


Acho que escrevi outro dia num poema que "Dentro de mim faleço lentamente esperando o que não vem."


Esperando, proibindo, calculando os minutos...


Porquê?


A confusão do texto também está em mim.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mídia imparcial? Como assim?

Antes de mais nada, gostaria de parafrasear meu querido professor de Linguística: não existe texto imparcial. Isso se deve ao fato de que até quando escrevemos, nossos ideais e nossa personalidade também se manifestam. Por isso é impossível fazer um texto imparcial. Tudo bem, agora deixando o discurso científico de lado, vamos à "vaca fria".


Esta semana fomos bombardeados com notícias que falavam da ocupação do prédio FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), na USP. Todos os meios de comunicação se prontificaram a fazer debates com sociólogos, psicólogos, professores, alunos, jornalistas e por aí vai. Devo admitir que andei lendo alguns blogs de pessoas que são a favor e contra a ocupação da PM no campus. Li diversas notícias e notei algo digno de ser compartilhado. Pode até parecer óbvio para algumas pessoas, mas ainda assim resolvi postar por aqui. Vejam as manchetes abaixo:


"Polícia e alunos da USP entram em confronto"


"Alunos da USP ferem policiais na cabeça com pedradas"


"Grupo protesta contra detenção de estudantes na USP"


São três manchetes de diferentes sites que informam o mesmo acontecimento. Mas é possível notar a parcialidade excessiva em uma das notícias, não é mesmo?


Quero chamar a sua atenção para a segunda manchete: "Alunos da USP ferem policiais na cabeça com pedradas". Ela foi publicada no site da Revista Veja, uma revista idônea e ultra-conservadora (este último fica por minha conta). Infelizmente a mídia continua manipulando DESCARADAMENTE a sociedade. Não é uma imparcialidade aceitável. É algo gritante, meio lavagem cerebral mesmo. Tanto é que - para aqueles mal informados - fica explícita a violência com que alunos da USP atacam os bandeirantes modernos. Ohh, reverência para a Polícia Militar, que aborda os cidadãos de uma maneira gentil, não é mesmo? Bom, acho que estou entrando no assunto polêmico da ocupação na USP. Voltemos a gritante parcialidade da respeitosa Revista Veja.


Gostaria de convidá-los à seguinte reflexão: O que a revista quis passar aos seus leitores quando publicou essa manchete? Existe algum motivo pelo qual ela transfere aos alunos toda a responsabilidade pela "baderna"?


Eu sou muito cética, desculpem-me. Às vezes chego a pensar que a elite brasileira está por trás dessas coisas. Sabem, aquelas famílias que possuem toda a riqueza de um país em suas mãos e acabam fazendo o povo de marionete?


Ah, mas não podemos perder a próxima edição da Veja! Com certeza estamparão a capa com os "terroristas uspianos", ou melhor, fefelechianos.


E para fechar com chave de ouro, ainda hoje li um comentário no blog do jornalista Reinaldo Azevedo (da Veja) http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ que o FFLCH deveria ser fechado e assim não haveria mais cursos de "esquerda"! Que deveriam substituí-los por Engenharia, Tecnologia, Medicina e por aí vai. Esse sim deve ter um belo quadro do Mussolini na parede de casa. 


"Cadeia neles!", como dizem por aí.