sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Acordei assim

Parecia inevitável e quanto mais inevitável fosse, saía do controle sem que ao menos soubesse como interromper. Hoje não tenho cigarros nem flores e sinto uma necessidade de tirar o fio da tomada para interromper a passagem da eletricidade. Não consigo. Por isso, inevitavelmente, ela continua sambando e fazendo arruaça na esquina dos meus pensamentos, fazendo pirraça mesmo, entende? Foi uma luta injusta entre mim e aquela que me cobre. Pelo menos não é um monólogo. Enquanto falo sozinha,  me comunico com essa que me transborda, que me completa deixando restos de mim mesma. E ela me entende! Talvez a única que não tenha [pre]conceitos. A única que, de fato, me faz feliz.

E sobre essa tal felicidade, que mais parece um produto na prateleira do mercado? Ser feliz, ao meu ver, é um estado de espírito. Não é algo constante e nem pode ser. Se a felicidade fosse contínua nós não a sentiríamos.  E porque essa busca incessante pela felicidade? Como se fosse algo pleno, ou melhor, como se houvesse a necessidade de ser pleno. Não é!
Além de não ser possível, a tristeza também nos completa. Se não houvesse tristeza, a felicidade seria eterna e jamais sentiríamos a kathársis. Ai, como eu amo essa palavra! A revelação, a purificação da alma através do drama. Trocando em miúdos, passar por momentos de tristeza para em seguida descobrir que aquilo fez todo o sentido. 
Tenho uma necessidade imensa de ser muito para mim. De me revelar para mim. De me esconder dos outros e aparecer só para mim. Então bate aquela coisa individualista. Aquele negócio de completar a si mesmo e o resto é resto. Seria essa a saída?
Será que eu deveria passar mais tempo refletindo sobre minhas atitudes e menos sobre o mundo? Meu mundo interno é mais importante que o externo? Mas o externo determina o que sou. Será que preciso ser mais útil para mim do que para os outros?

Acordei assim, uma dúvida atrás da outra. Agora já consigo organizá-las. Falta muito, mas já é um começo.


É, preciso mais de mim do que imaginava...estou aproveitando.


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