segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sou comunista sim, e daí?


Trabalhadores do mundo, uni-vos!

Eu modificaria essa famosa frase, com a qual Marx & Engels concluem o belíssimo Manifesto Comunista para: "Excluídos do mundo, uni-vos!" ou seria "Jovens do mundo, uni-vos!"?, também tinha pensado em "Pobres do mundo, uni-vos!". Acho que estou indo muito longe, continuemos com a frase original.

Para começar bem a semana, me indicaram um post do blog do Tico Santa Cruz, no qual ele defende as marchas contra a corrupção e contra qualquer tipo de abuso do governo. Fiquei impressionada, pois não sabia da existência desse Tico politicamente ativo, lutando a favor das causas mais nobres. Ele não se posiciona em direita ou esquerda, afirma que a luta é do povo e não do espectro político. De fato, quando vamos às ruas não queremos saber quem é de esquerda, quem é de direita, quem é centro-direita-meio-ponta-esquerda. Estamos unidos por um problema comum a todos os brasileiros: corrupção. E vou além. Estamos unidos por uma problema comum aos povos do mundo inteiro: o abuso do capital. Chegamos a seguinte conclusão - sem dramas, por favor - o capitalismo não é a saída. Pode ter sido glorioso por alguns anos. Pode ser interessante e essencial para muitas pessoas, mas olhem ao redor. Não precisa ir muito longe, quero dizer, não precisa ver fotos dos países na África. Pode olhar no sertão do nordeste, nas favelas que contrastam com mansões milionárias no Morumbi, em SP. Basta abrir os olhos e enxergar que dessa maneira não dá mais. Enquanto poucos ganham, MUITOS, mas MUITOS mesmo perdem a cada minuto. Essa é a lei do capital: para que alguns fiquem ricos, muitos devem ficar pobres.

Mas será que estamos atolados até a cabeça nessa história? Será que não existe uma forma de mudar essa realidade? Claro que existe! Afinal, do que adiantaria eu escrever esse texto se não houvesse uma saída (leia-se salvação)? Não sou contra o capital. Sou contra o lucro abusivo. Sou contra transformar relações interpessoais em dinheiro (como já havia escrito Marx). É exatamente isso que o sistema capitalista tem feito com os excluídos. Enquanto alguns desfrutam de uma mansão com piscina, vinhos caros, roupas de marca, carros importados, muitos morrem de fome. Mas existem aqueles que rebatem: "eu tenho direito, trabalhei para isso!" Com certeza! A culpa não é sua, meu caro. A culpa é de um sistema que privilegia poucos. Se você tem todas essas regalias é porque não foi excluído pelo capital. Você teve oportunidades que muitos nem sequer sonham em ter. Você não teve que trabalhar na infância para ajudar os pais. Você teve a oportunidade de frequentar uma escola que te ensinou a ser cidadão. Você tem dinheiro para pagar uma boa universidade. Você é um dos poucos escolhidos. E para que esse quadro mude, você que foi escolhido precisa reconhecer que existe uma INJUSTIÇA e que o mundo clama pela sua ajuda.

Dia 15 de outubro de 2011. Pessoas ao redor do mundo foram às ruas pedir MUDANÇA. Unidos por um ideal - que muitos ousam chamar de utopia - e sedentos por justiça. No meio desses manifestantes havia alguns da massa privilegiada. Da massa que não sofre por não ter dinheiro. Mas estavam lá, lutando pelos que não tem forças para lutar. Como diz a música da Banda Mais Bonita da Cidade: "Eu vou tentar mais uma vez, por quem não pode mais tentar". Isso vale muito mais que ser de direita ou esquerda.

O povo está cansando desse sistema que escolhe poucos. E são os próprios escolhidos que se misturam com os excluídos para gritar: QUEREMOS MUDANÇA! Talvez seja isso que Marx idealizava. Foi por isso que Che lutou. É por isso que muitos revolucionários morreram. Pela união dos povos, pela COMUNHÃO das nações, sem fronteiras separando-as. Pela DESCATRACALIZAÇÃO do mundo. Estão todos juntos por uma "utopia" e, se ser comunista significa dizer que sou a favor dessa comunhão global, então sim meus caros, sou comunista!

E você?

Um comentário:

  1. Coaduno do mesmo pensamento que você. Não sou contra o capital, mas contra o lucro abusivo e a qualquer preço, preço estes muitas vezes ao custo do sofrimento das pessoas.
    A massa privilegiada deveria contribuir para diminuir as desigualdades, os grandes milionários ou bilionário, jamais gastarão sequer 1\3 de suas fortunas consigo mesmo. Boa parte dela ficará para os seus herdeiros que não produziram riquezas e nem terão o mérito pra receber esta riqueza, mas sim pelo simples fato de ser herdeiro.

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