sábado, 17 de setembro de 2011

Negra pele como a noite


Negra pele como a noite
Oh, fortes braços que aceitaram
Sem querer sofrer, sem entender
Desde o início essa perseguição
Essa desumanização, essa dor de não ser.
E ser uma imensidão azul, invejada.
Muitos procuraram a liberdade, revoltosos, com ajuda de Allah
São os heróis da nação, oxalá, oxalá!
Levanta e ocupa o seu lugar
Sua pele há de ser coroada
Seu grito será ouvido
Povo guerreiro quebre as correntes!
Siga rumo a liberdade, oxalá!
E não tenhas vergonha de ti, sinta orgulho.
Leva no peito essa marca de quem um dia lutou
Leva contigo essa fama, irmão de Luís Gama.
Canta a tua glória para o Ocidente,
Mostra a vitória dos que aqui viveram e morreram.
Dos revoltosos, dos fiéis, das tribos
O grito de Palmares será ouvido
Pelas nações que emprestaram suas bandeiras
Para cobrir as barbáries e os rios de sangue.
E as mortes, as vidas perdidas na viagem
No Atlântico, no porão, na solidão
Povo de gana levanta e ocupa o seu lugar!
Ovacionados pela multidão que clama
Ajoelhados ficarão aqueles que da brancura descendem
E pedirão perdão pelos passados cruéis
E assim será coroada a sua rainha, a sua nação.
Sem fome, sem guerra, sem escravidão.
Oh Pátria amada e idolatrada, esquecida por tolos
Berço da nossa origem, um dia será coroada
Com pedras de diamante do seu chão
Não mais de fome morrerão
Filhos da África esquecida, desolada.

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