quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hey, Newton.





Nada como ficar sozinha. Pode ser triste, mas geralmente é na solidão que consigo organizar meus pensamentos e me dedicar à uma das atividades mais prazerosas que existem: ler.

Claro que também surgem perguntas conflitantes e sozinho é assim: você e suas teorias, suas dúvidas, sem ninguém para ajudá-lo. Talvez um livro ou outro, mas não é uma biblioteca. De pijama, na cama, li:

"Se pudéssemos desligar a força gravitacional entre a Lua e a Terra, a Lua se moveria em linha reta com velocidade constante, tangente à sua órbita."

Como se alguém amarrasse uma pedra em uma corda e começasse a rodar a corda. "Soltem a corda!", pensei. Exato, a pedra também se moveria em linha reta com velocidade constante, tangente à sua órbita. Soltem a corda, então.

Foi quando percebi que a única pessoa capaz de soltar a corda sou eu. Não preciso dessa gravidade que um dia pode ser grave para mim mesma. Não quero satélites presos à minha órbita. Será? Ainda ontem me disseram que eu quero sim, só não desejo aceitar esse 'querer'. Percebi que meu movimento é circular, porque afinal de contas eu volto sempre no mesmo ponto, pelo menos nos meus pensamentos. Então soltem a corda e deixem-me vagar deliciosamente pela amplitude da minha alma. Mas a questão é justamente essa: a minha corda foi solta e não aconteceu comigo o que aconteceria com a Lua ou com a pedra...ainda não.

Talvez porque essa força não seja tão fraca como a gravidade.

E se eu soltasse a corda, o que aconteceria?

Foi um simples trecho do livro que me levou a essas perguntas que ainda não tem respostas. E foi com um livro de física que eu consegui enxergar a parte mais humana de mim, a parte que eu tentei esconder até então.

Só não consegui descobrir se sou a Lua ou a Terra. Se sou a pedra ou a mão que gira a corda.




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