sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

instável X estável




Instável: adj. Que não tem solidez, estabilidade.
Mutável, volúvel, inconstante.
Móvel, movediço.
Diz-se de um equilíbrio que se destrói pela menor perturbação, de uma combinação química que se pode decompor espontaneamente.


Estável: adj. Que permanece firme, sólido: construção estável.
Fig. Permanente, duradouro: situação estável.
Química Diz-se de um composto químico que resiste à decomposição.
Mecânica Diz-se do equilíbrio que não se destrói com uma leve variação das condições.

Eu fiquei perplexa com a instabilidade do tempo em São Paulo.
Eu fiquei embasbacada com a instabilidade do humor das pessoas.
Então, pensei: será que existe algo estável?

Enquanto a chuva caía, meus pensamentos tentavam encontrar a resposta para essa pergunta. Espremi a laranja do cérebro e nada de sair suco. Será que tem alguma relação? Digo, entre o tempo e as pessoas. Claro, besta! Somos parte desse todo e não seria coincidência a existência de alguma relação.

Mas deixando isso de lado...essa instabilidade me fascina, de certa forma. O fato de nada ser previsível, entendem? Nem o tempo, oras! E olha que para o tempo existe uma tecnologia fantástica que permite diminuir a margem de erro. E nós? Não há tecnologia que consiga prever qual será nosso estado de espírito no dia X, ou ainda qual sentimento brotará dentro de nós amanhã ou depois. Porque não somos estáveis.

E é justamente essa instabilidade que traz movimento à vida. É o 'hoje sou, amanhã já não sei mais'. Então porque programar? Por que traçar diversos objetivos sabendo da existência dessa instabilidade? Da existência de sentimentos e situações que são inconstantes assim como o tempo lá fora, que amanhece ensolarado e anoitece alagando cidades. Só para que haja frustrações? Ou é um modo de vivenciar a pseudo-estabilidade das coisas?

Então pergunto novamente: o que é permanente? O que é duradouro? O que é estável? A fé? Deus? Mas se seguirmos o padrão das coisas, como o tempo, as pessoas, se concluirmos que tudo está em constante mutação, então será que podemos atribuir essas consequências àquilo que não conseguimos comprovar cientificamente a existência, como por exemplo Deus? Ele é estável ou não? Será que ele faz parte desse todo que é naturalmente volúvel? Mas aí já seria uma questão para outro post.

Esse teclado que estou utilizando para digitar, por exemplo. Há quanto tempo ele está aqui? Tudo que fizeram para deixá-lo dessa maneira, ele foi modificado, moldado, e continua mudando. As letras estão sumindo, a cor dele já não é mais a mesma. Comigo e com todos nós é igual! Como não? Desde o dia que viemos ao mundo, quantas experiências, situações, traumas, amores nos fizeram o que somos hoje? Então porque não aceitar de maneira natural a instabilidade das outras pessoas? As indecisões, as dúvidas, os medos...porque de certa forma queremos ser permanentes. Queremos nos apoiar em algo que seja sólido, que nos dê firmeza, ainda que seja uma firmeza superficial. E é mesmo.  Mas não há como prever o desmoronamento dessa solidez. 

E continua chovendo...

Foto: 500 days of summer. "Às vezes quando as pessoas crescem, elas crescem separadas", pois não somos estáveis.



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